sábado, 10 de fevereiro de 2018

Resenha #55 A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil - Becky Chambers

Livro: A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil
Autor (a): Becky Chambers
Editora: DarkSide Books
Ano: 2017

Nota: 5/5

Sinopse: ‘Você nem imagina os mistérios que existem do outro lado do Universo. Se tiver coragem de desbravá-los, é melhor se preparar. Essa não será uma jornada rápida e os perigos podem surgir a cada momento, de onde menos se espera. A boa notícia é que você não estará sozinho. A tripulação da nave espacial, Andarilha, é composta por indivíduos de espécies, gêneros e planetas diferentes, incluindo um médico de gênero fluido, que transita entre o masculino e o feminino ao longo da vida e uma estagiária nascida nas colônias de Marte, uma piloto reptiliana. Temas como amizade, força feminina, novos conceitos de família, poliamor e racismo fazem parte do universo do livro, assim como cada vez mais fazem parte do nosso mundo.  Essa nave e sua tripulação tem a missão de construir um túnel espacial que permitirá ao pequeno planeta do título participar de uma aliança galáctica.’

“Do chão, nós nos erguemos;
Nas nossas naves, vivemos;
Nas estrelas, sonhamos.
Provérbio Exodoniano”

A nave Andarilha, é uma nave perfuradora de tuneis especiais, ou seja, cria buracos no universo, assim cria caminhos mais curtos para a locomoção das civilizações e aproximas novos povos, planetas e comunidades. A nave é comandada pelo Capitão Ashby Santoro e a tripulação é composta pelo algagista Corbin, a técnica em mecânica Kizzy, o técnico em computação Jenks, a cozinha é comandada pelo Dr. Chef que também cuida da enfermaria, pela Sissix a piloto da Andarilha, o Ohan uma espécie de oráculo, especialista em travessias, mais especificamente na construção dos tuneis e tem a Lovey, a A.I. da nave... e completando a tripulação tem a novata Rosemary, a guarda-livros.



Cada tripulante vem de uma parte do espaço, tem humanos de Marte, tem uma Aandriskana, tem o Grum que é uma ‘espécie’ ameaçada de extinção. Mesmo com toda diferença eles são uma família, mesmo tendo seus desentendimentos, eles estão sempre juntos.

A nave Andarilha é praticamente uma sucata, cheia de remendos e partes que não combinam, mas que funcionam super bem, muito parecida com a sua tripulação, muitas diferenças, mas juntas formam algo novo, algo que funciona em união.



“Os sentimentos são relativos. No fundo, são todos iguais, mesmo que venham de experiências distintas e existam em intensidades diferentes.”

Cada tripulante da Andarilha tem sua função, seus sonhos e suas historias que aos poucos vamos conhecendo. Com a ida de Rosemary para a nave, ela foi busca um novo caminho. A superação do Dr. Cheff, que precisou superar uma Guerra para ser um ser mais visão de mundo e de pessoas.
Temos a piloto Sissix, uma Aandriskana, que em vez de ter pais, tem varias famílias, a família do ninho, a de criação e adulta, a qual ela escolheu a tripulação da Andarilha.
São tantos personagens que é impossível falar apenas de um, pois mesmo sendo tantos, cada um tem sua função na nave e na historia, cada um com características fantásticas, que aos poucos vamos conhecendo cada um e entendo o que os levou ate a Andarilha.



Após a chegada de Rosemary a Andarilha o Capitão Ashby, aceita uma missão de estrema importância para CG (Comunidade Galáctica), fazer um túnel ligando o centro da CG a um pequeno planeta, este que sempre se manteve fora da CG, que vivem seu próprios modos e leis, seguindo pouquíssimas ou quase nenhuma das leis da CG.
É nessa missão que os tripulantes da Andarilha terão que serem fortes e confiar um no outro, pois qualquer erro, ou falha tudo que lutaram estará perdido para sempre.

“Tudo o que você deve fazer é trabalhar para ser uma força positiva.”



Admito que li esse livro com muita expectativa, pois li muito poucos livro com essa temática ficção científica, e o que mais me chamou atenção foi essa capa fantástica! E fiquei bem intrigada com a sinopse.
A muitas coisas boas a se falar desse livro, a forma com a Becky Chambers, aborda vários temas conflituosos de forma simples, a questão das diferenças, entre pessoas e espécies, a formação de família a questão do amor. São tantas questões, mas que no final nenhuma se mistura ao outro ao ponto de inferir, mas sim em agregar, juntar tudo em uma família.
Outro ponto positivo e a questão da narração da historia, que passar por vários personagens e momentos diferentes, o que nos da uma visão mais ampla dos acontecimentos e nos proporciona a oportunidade de esta na cabeça dos personagens.



Esse não é um livro cheio de aventuras e ação, o foco esta mais nas relações entre as pessoas, na construção delas. Tanto que a explicação de como é feita a perfuração é bem simples com poucos detalhes.

O bom do livro é a forma como a autora termina a historia, ela realmente da um final a historia, mas deixa alguns pontos em aberto, dando a possibilidade de novas historias.

A Longa Viajem a um Pequeno Planeta Hostil, é bem mais que um livro de ficção científica, é um livro sobre pessoas, relacionamentos e sobre aceitar as diferenças.

“Não havia nada no universo que pudesse durar para sempre. Nem as estrelas. Nem a matéria. Nada”.



Esta resenha faz parte da Maratona Literáriade Carnaval 2018 ‘As Avessas’ #maratonaliterariadecarnavalasavessas





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