Resenha #44 Caixa de Pássaros - Josh Malerman

Livro: Caixa de Pássaros

Autor (a): Josh Malerman

Editora: Intrínseca

Ano: 2015

Nota: 4/5

Sinopse: Romance de estreia de Josh Malerman, Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler. Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.

Malorie, uma jovem que atualmente vive em uma velha casa com seus dois filhos, que nunca viram o mundo fora da casa. Desde que nasceram eles vivem dentro de casa e quando saem, sempre tem que usar uma venda.

Isso tudo começou a mais ou menos 4 anos, quando algumas pessoas começaram a matar ou se matarem sem motivo, elas diziam que tinha visto algo, mas nunca sabiam explicar o que viram.

“(...) a única coisa em comum em todos os incidentes, que a vitima viram alguma coisa antes de atacar as pessoas e de se matar”. pag. 20

Malorie sabe que precisa fazer alguma coisa, ela esta planejando sair da casa há muito tempo, mas sempre acaba mudando de ideia ou adiando pra outro momento. A sua única rota de fuga é pelo rio no fundo da casa, mas remar vendada não é uma das tarefas mais fáceis.

“O rio é um anfiteatro, pensa Malorie (...). Mas também é um tumulo”. pag. 23

Malorie adiou esse momento pelos últimos 4 anos, ela uso esse tempo para treinar e ensinar seus filhos. Ela os ensinou a se protegerem com as vendas e a ouvir, a prestar atenção a qualquer barulho, elas os treinava todos os dias, fazendo com que eles dissessem por onde ela passou apenas ouvindo.

Ela sabe que eles são a sua única ajuda que terá quando tiver remando pelo rio e contra o que tem lá fora, as criaturas que ficam a espreita.

“Criaturas.

Malorie nunca gostou desta palavra. De alguma forma parece errada. Acha que as coisas que a assombram há mais de quatro anos não são criaturas. (...) Mas o que se esgueira por trás das janelas cobertas e a manteve vendada não é do tipo que um exterminador de pestes poderia matar”. pag. 56

A decisão de enfrentar o rio é a mais difícil em sua vida, mas ela também sabe que é necessário, mesmo com todos os perigos, ela sabe que Tom estaria ao seu lado, pois ele sempre esteve desde que ela chegou a casa dele e conheceu o grupo.

Ela se lembra deles, lembra como eles a apoiaram quando ela chegou mesmo estando grávida e com todos os perigos que isso trazia eles a acolheram e Tom passou a ser um grande amigo.

Malorei reuni tudo o que pode precisar para essa viagem, algumas roupas, água e comida, tudo o que ela e as crianças precisaram. Ao avisar as crianças que o dia chegou elas já sabem muito bem como se prepararem, sabem muito bem como amarrar as vendas, a única proteção conta a mundo.

“Num mundo onde não podemos abrir os olhos, uma venda não é tudo que temos para nos defender?” pag. 93

A viagem é mais longa do que Malorei imaginou, e ficar remando as cegas por um rio em um pequeno barco com duas crianças é ainda mais complicado, mesmo que ela tenha um plano em sua cabeça, e as crianças pra ouvir tudo ainda é arriscado sendo que esta é a primeira vez que eles saem da casa.

“Malorei rema. Parece que seu braço esta pendurado do corpo. No entanto, ela rema. (...) A viagem excruciante e as cegas pelo rio pode não dar em nada. (...) E se o que ela está procurando não estiver mais lá?” pag. 96

Enquanto rema, ela se lembra do dia em que o telefone tocou, isso foi anos atrás quando as crianças ainda eram bebês, era um cara dizendo que tinha um lugar seguro e que ela e as crianças seriam bem vidas lá. Ela só teria que remar rio a baixo e quando estiver na bifurcação abrir os olhos isso seria por poucos segundos.

De inicio a viagem não parecia nada, o que assustou Malorie foi o fato de ter que abrir os olhos, tirar a venda e ver o mundo. Ela tem medo do que pode esta a espreita, pois ela sente que tem algo lá fora.

Mesmo com tudo contra, ela esta em um barco com as duas crianças, remando rumo ao desconhecido, com a esperança de encontrar algo, ela esta cansada e as crianças também, mas mesmo assim elas são boas crianças não reclamam de nada, apenas ficam atentas ao que podem ouvir. E Malorei se concentra no memento em que tiver que abrir os olhos.

“Hoje você vai ter que abrir os olhos”. pag. 142

Quando pensa em abrir os olhos, Malorie se lembra se sua vida, dos momentos em que passou com Tom e o grupo, da sua irmã. Lembra da confusão que foi a hora do parto, da coragem que teve ao dar a luz, da coragem de Tom em ajuda-la. Lembra da coragem de Tom em sempre querer o melhor para todos, em se preocupar com todos, ate nos momentos mais difíceis, quando tudo mudou ele ainda acreditava que tudo poderia se melhor, por isso ela esta em um barco no meio do rio com duas crianças.

“O homem é a criatura que ele teme”. Pag. 191

O livro é narrado alternadamente, entre o agora, com Malorie e as crianças no rio e com o passado, de quando tudo começou e de quando ela chegou a casa onde conheceu Tom e grupo. Por meio dessa narrativa temos a oportunidade de entender como as coisas chegaram onde estão, com Malorei sendo mãe de duas crianças e sozinha.

Admito que a escrita do Josh Malerman é incrível, a falta de discrição das ‘criaturas’ nos possibilita imagina-las de muitas forma diferentes, nos deixa com a sensação de que tem algo nos espreitando enquanto lemos. Uma coisa que não me agradou foi o final, pois não era nada como eu esperava, não sei bem o que espera do final, mas acho que fosse algo mais bombástico, revelador.

Pra quem gosta de um bom livro de suspense e mistério, que faz a gente se arrepiar com qualquer barulho estranho no meio da noite, esse é o livro.

Resenha pra finalizar o Especial Mês do Halloween!

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