Resenha #51 O Circo Mecânico Tresaulti - Genevieve Valentine

Livro: O Circo Mecânico Tresaulti

Autor (a): Genevieve Valentine

Editora: DarkSide Books

Ano: 2016

Nota: 4/5

Sinopse: Respeitável público, sejam bem-vindos ao incrível Circo Mêcanico Tresaulti, o lugar para quem acredita no mundo mágico que nos rodeia. Permita-me conduzí-lo por uma viagem única através da luz e das sombras onde descobriremos juntos uma nova forma de ver tudo e a todos. Onde não existe limite entre o picadeiro e a plateia, onde tudo é real e o único limite é a nossa vontade de sonhar. Em pleno cenário pós-apocalíptico, O Circo Mecânico Tresaulti ergue sua lona e dá início ao grande espetáculo. Ambientado sobre a perigosa superfície de um mundo devastado, cheio de bombas e radiação remanescentes de uma guerra pela qual todos já saíram derrotados, esse belo romance nos apresenta uma caravana circense em eterna viagem através de muitas cidades sem país, região ou rota definida. Lugares que podem não mais existir quando o circo retornar. Aqueles que se juntam ao circo procuram trabalho sem risco de vida, segurança ou apenas uma nova forma de recomeçar. E seguir adiante, apesar de tudo. 

“Bem – Vindo ao Circo Mecânico Tresaulti.” pag. 13

A vida no circo não é fácil, sempre na estrada, sempre uma nova cidade, mas a vida no Tresaulti é um pouco diferente, é mais exótica, além das atrações que intriga muita gente o Tresaulti nunca retorna a mesma cidade, ele sempre segui em frente, ainda mais que com a Guerra muitas cidades deixam de existir com o tempo.

A Guerra já acabou, mas deixou muitas marcas na população, que vivem com medo, e a visita de um Circo sempre anima um pouco as pessoas, trás um pouco de esperança de dias melhores.

“Quando eles desfilam pelas cidades, Little Geroge e as trapezistas vão primeiro (...)

Depois vêm as dançarinas, sorrindo e acenando com pulseiras balançando em seus braços descobertos (...)

Panadrome anda com elas, tocando musicas alegres com o acordeão de um braço e as teclas de metal (...)

Em seguida vêm Aya e Jonah, andando lado a lado (...) Os malabaristas aparecem atrás deles, jogando clavas e facas para cima e para baixo (...).

Após os malabaristas vêm Stenos e Bird (...)

Depois vêm os irmãos Grimaldi, que saltam e giram e causam uma comoção entre as crianças (...)

O desfile termina com Boss em um trono de madeira pintada sobre uma caminhonete vermelha e coberta com faixas anunciando: Circo Mecânico Tresaulti.” pag. 71

O circo Tresaulti existe há muito tempo, mas não se sabe exatamente há quanto tempo, o que sabe é que tudo começou com Boss e Panadrome e depois os outros integrantes foram se juntando com o passar do tempo. Alguns estão no circo há tanto tempo que já perderam ate a conta do tempo.

Cada integrante dessa tripé itinerante tem um numero no circo, apenas Little George não tem, ele sonha com o dia que entrara no picadeiro para apresentar seu numero, ele sonha em ser aplaudido com o Homem – Alado era quando se apresentava, todos ficavam admirados com a sua apresentação, o publico prendiam o fôlego quando ele se jogava e planava no ar com suas asas. Ah, as asas, Boss nunca lhe daria, mas Little George sonha com elas mesmo assim.

Boss, a primeira integrante do Circo, foi com ela que tudo começou, é ela quem tem a ‘magia’ que faz com que tudo funcione, principalmente as pessoas que estão no circo, todos que chegaram ali, passaram pelo trailer de Boss e de lá saíram para sua nova vida, agora parte dessa ‘família’ do Circo Mecânico Tresaulti.

“e por um instante Boss sente que o circo é um lar de verdade. Às vezes por acidente, eles se tornam uma família.” pag. 168

Nem tudo no circo são flores, nem tudo é espetáculo, tem problemas. Onde os malabarista não se metem com os acrobatas, que não se metem com as dançarinas, que não se entende com Bird e Stenos. Mas mesmo com as desavenças eles sempre estão juntos, com Boss e com o Circo.

A vida esta bem complicada ainda mais depois da Guerra e viver num circo não ajuda em nada, ainda mais a Boss que teme os misteriosos Homens do Governo, teme o que eles podem fazer com as pessoas do circo, teme que eles usem ‘a magia’ do circo, contra todos, que uma nova Guerra comece.

A ‘magia’ do circo é algo que todos sabem, mas não entende como funciona, não sabem como Boss da ‘vida’ nova a eles depois que chegam ao circo, apenas sentem que têm que ficarem no circo, pois agora esse é o único lar que terão.

Little George não sem lembra á quanto tempo esta no Tresaulti, mas sente que o tempo no circo é diferente do resto do mundo, ele acredita que isso é devido a Boss, acredita que para tudo funcionar eles precisam estar sempre juntos, precisam ser uma ‘família’.

“Nos meus anos com o circo (a essa altura eu sabia que havia estado ali mais tempo do que imaginara, que o circo me manteve jovem e escondido do tempo), tudo o que eu queria era um lugar de verdade, uma necessidade – qualquer necessidade – que só eu pudesse suprir.” pag. 253

Little George sempre quis ter o seu próprio numero no Circo, queria ser aplaudido, mas Boss tinha para ele uma tarefa muito mais importante, pois ela sabia que quando fosse necessário Little George saberia o que fazer, saberia como cuidar do circo e das pessoas que vivem nele.

“Havia coisas a respeito do circo que eu estava apenas começando a compreender.” pag. 163

Admito que comprei e comecei a ler esse livro pela capa, que é uma obra de arte (neh DarkSide Books), mas logo no começo a historia te prende de uma foram fantástica. A escrita da Genevieve Valentine é incrível, cheia de detalhes e ao mesmo tempo um toque de mistério, o que faz com que nos leitores tentamos imaginar os personagens e as cenas que ela descreve.

A historia é contada pelo Little George, de forma não linear, ou seja, ela não segue a cronologia do tempo, as vezes estamos no presente outra no passado as vezes nem da pra saber em que momento estamos. Mas essa mistura no tempo, nos proporciona conhecer mais sobre o Circo Mecânico e sobre seus integrantes.

Mistério, magia e fantasia tudo reunido em baixo da lona de um Circo encantado, que junto nos encanta a cada pagina.