Autor (a): Caitlín R. Kiernan
Editora: DarkSide Boock
Ano: 2014
Nota: 3/5
Sinopse: É um verdadeiro conto de fadas,
uma história de fantasmas habitada por sereias e licantropos. Mas antes de tudo
uma grande história de amor construída como um quebra-cabeça pós-moderno, uma
viagem através do labirinto de uma crescente doença mental.
“Vou
escrever uma historia de fantasma agora (...) Uma historia de fantasmas com uma
sereia e um lobo, datilografou mais uma vez.” Pag. 13
India Morgan Phelps ou
simplesmente Imp; ela é diagnosticada com esquizofrenia paranoica, como sua mãe
Rosemary Anne e sua avó Caroline, ambas cometeram suicídio. Imp acredita que em
sua família a uma maldição – Maldição da Família Phelps. Imp, mora sozinha a um
bom tempo, ela trabalha, quando não esta no trabalho ela gosta de pintar, tem
ate um quarto de pintura e às vezes escreve contos, mas não se considera
escritora.
Imp resolve escreve sua
historia de fantasma, mas pode se dizer também de seu passado, mas ela tem
certas dificuldades para fazer isso, um pouco por sua doença, outro por não
manter o foco nas coisas que esta fazendo, ela se distrai ou se enrola ao
contar os fatos.
Por se enrolar com os
fatos ela não tem certeza se eles realmente aconteceram naquele momento da
historia, Imp também tem dificuldades com alguns assuntos os quais ela os deixa
pra depois, assunto que a perturbam. Imp quando gosta de algo ela anota sobre
isso, ela faz pesquisa e as guarda em pastas.
“Por
que você está anotando essas coisas?
Você
poderia querer se lembrar, um dia - respondeu ela. - Quando alguma coisa deixa
uma forte impressão em nós, deveríamos fazer o nosso melhor para não esquecer.
Por isso, anotar é uma boa ideia.” pag. 22
As lembras de Imp, são
confusas tanto pra ela quanto pra nos leitor. Tanto que ela também se confunde,
ela mistura coisas mais recentes com fatos mais antigos. Um dos pontos
importantes nessa sua historia é quando e onde Imp conheceu Eva Caning.
Imp relaciona a
aparição de Eva com um quadro que ela viu quando tinha 11 anos, do quadro de Philip
Gerge Saltonstall, ‘A Menina Submersa’, mas isso não é suficiente, pois ela não
tem certeza se foi no verão de Julho ou no outono de Novembro, ou nos dois.
“(...)
Fiz o maior esforço para sorrir. Ainda assim, é disso que lembro, que encontrei
Eva Canning duas vezes, uma em julho e de novo em novembro, e que as duas vezes
foram a primeira vez que nos encontramos.” pag. 47
Imp faz muitas relações
com um simples fato, isso faz com que ela se confunda com algumas informações.
Com onde ela encontrou com Eva, pois ela lembra de ter encontrado com ela em
Julho e em Novembro, mas o onde também muda, foi na Rodovia I22 perto do Rio
Blackstone perto de Millvill ou se na Estrada de Covil do Lobo, a nordeste de
Connecticut.
Essas lembranças estão
entrelaçadas a outras, a duas pinturas quando se lembra de ter encontrado com
Eva perto do Rio Blackstone, ela se lembra do quadro ‘A Menina Submersa’ de
Saltonstall, ao qual foi pintado as margem desse rio. Quando encontra com ela
na Estrada do Covil do Lobo se lembra do quadro de Albert Perrault, Fecunda
Ratis’ um quadro que deixou Imp bastante perturbada, pois ele faz referencia a
um clássico dos contos infatis ao qual Imp não gosta muito, Chapeuzinho
Vermelho.
“Queria
se escritora, escritora de verdade, pois, se eu fosse, imagino que não estaria
fazendo uma confusão tão feia com esta historia. Me perdendo, tropeçando nos
meus pés.” Pag. 104
O encontro de Imp com
Eva mexe muito com sua cabeça, pois sempre que se encontram Eva aprece de forma
diferente, às vezes é uma sereia vinda do Rio Blackstone outra é um Lobo vinda
da lenda da Estrada do Covil do Lobo, isso faz com que ate mesmo Imp duvide de
suas lembranças.
Ao mesmo tempo em que
Imp escreve sua historia de fantasmas e sereias e lobos ela se aventura em um
relacionamento amoroso com Abalyn, uma garota que conhece por acaso, quando ela
esta sendo despejada, Imp a convida pra ir para sua casa e com a convivência
elas se aproximam, mas nem tudo é simples, pois Imp tem suas excentricidades.
As coisas vão bem entre
Imp e Abalyn, mas quando Eva aprece, as coisas se complicam, e esse encontro
com Eva faz com que Imp tenha uma crise de esquizofrenia, acreditando que Eva
esta com ela, que ela lhe diz para fazer coisa, Imp joga fora seus remédio e
passa muito tempo em seu quarto de pintar escrevendo um sua velha maquina de
escreve, esse é um dos momentos em que Imp, não tem certeza de nada. Faz com
que nos leitores também duvidemos de muitas coisas. (cap. 7)
Ao mesmo tempo em que
Imp nos conta sobre seus encontros com Eva, também nos conta sobre sua vida, mas
isso se mostra mais confuso a cada momento ate pra ela. Ela passa a ser
atormentada por seus próprios fantasmas, sem saber o que é real ou o que é sua
imaginação.
“Minha
historia mudam de forma como sereias e lobisomens. Uma licantropia de
substantivos, verbos e adjetivos, sujeitos e predicados, e assim por diante.” pag.
277
Imp, ao escrever suas
lembranças tenta descobrir se são realmente são reais ou não, se elas
aconteceram como acredita que aconteceu, se tudo o que viveu ate o momento com
Eva e com Abalyn são como acredita ser.
“O
que acontecer a partir daqui talvez seja por minha escolha e só minha.” Pag.
287
O livro nem sempre da
pra sabermos o que esta acontecendo, se é uma fantasia ou se é lembranças
vivenciadas por Imp. A autora consegui no prender na historia, com seu jeito de
escrever incrível, ela nos prende na cabeça da Imp, de uma foram que nos
sentimos perdidos nas lembranças dela. Foi legal a autora incluir dois contos
escritos pela Imp, admito que são meio confusões mais muito bons.
Os acontecimentos da
historia que Imp esta escrevendo não são lineares, pois ela se altera entre os
acontecimentos entre Julho e/ou Novembro, isso às vezes é feito de uma forma
tão genial, que às vezes ate nos leitores não sabemos onde estamos.
A autora foi genial
quando falava dos quadros, ela detalhava tão bem os quadros que nos fazia
imagina-los como eles são. Outro ponto legal em relação aos quadros são que
eles são reais, mas são de outros autores, mas pra isso é preciso de uma boa
pesquisa para encontra-los - ‘The Drawning Girl de Phillip
George Saltonstall – na verdade de Michael Zulli’ e ‘Fecunda
Ratis de Albert Perrault – na verdade de Matthew Jaffee
festménye’, isso foi realmente genial.
O que falar do livro,
essa nova Edição é simplesmente fantástica, linda! Me encantei primeiramente
pela capa, quando li a sinopse despertou uma curiosidade, e ao ler o livro
fiquei encantada pela escrita da autora. As referencias que ela faz as citações
de livros e autores, musicas e pintores.
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