domingo, 30 de agosto de 2015

Resenha #7 A Menina Submersa: Memórias - Caitlín R. Kiernan

Livro: A Menina Submersa: Memórias
Autor (a): Caitlín R. Kiernan
Editora: DarkSide Boock
Ano: 2014

Nota: 3/5

Sinopse: É um verdadeiro conto de fadas, uma história de fantasmas habitada por sereias e licantropos. Mas antes de tudo uma grande história de amor construída como um quebra-cabeça pós-moderno, uma viagem através do labirinto de uma crescente doença mental.


“Este livro é o que é, o que significa que ele pode não ser o livro que você espera que seja. – CRK”






“Vou escrever uma historia de fantasma agora (...) Uma historia de fantasmas com uma sereia e um lobo, datilografou mais uma vez.” Pag. 13



India Morgan Phelps ou simplesmente Imp; ela é diagnosticada com esquizofrenia paranoica, como sua mãe Rosemary Anne e sua avó Caroline, ambas cometeram suicídio. Imp acredita que em sua família a uma maldição – Maldição da Família Phelps. Imp, mora sozinha a um bom tempo, ela trabalha, quando não esta no trabalho ela gosta de pintar, tem ate um quarto de pintura e às vezes escreve contos, mas não se considera escritora.
Imp resolve escreve sua historia de fantasma, mas pode se dizer também de seu passado, mas ela tem certas dificuldades para fazer isso, um pouco por sua doença, outro por não manter o foco nas coisas que esta fazendo, ela se distrai ou se enrola ao contar os fatos.
Por se enrolar com os fatos ela não tem certeza se eles realmente aconteceram naquele momento da historia, Imp também tem dificuldades com alguns assuntos os quais ela os deixa pra depois, assunto que a perturbam. Imp quando gosta de algo ela anota sobre isso, ela faz pesquisa e as guarda em pastas.

“Por que você está anotando essas coisas?
Você poderia querer se lembrar, um dia - respondeu ela. - Quando alguma coisa deixa uma forte impressão em nós, deveríamos fazer o nosso melhor para não esquecer. Por isso, anotar é uma boa ideia.” pag. 22

As lembras de Imp, são confusas tanto pra ela quanto pra nos leitor. Tanto que ela também se confunde, ela mistura coisas mais recentes com fatos mais antigos. Um dos pontos importantes nessa sua historia é quando e onde Imp conheceu Eva Caning.
Imp relaciona a aparição de Eva com um quadro que ela viu quando tinha 11 anos, do quadro de Philip Gerge Saltonstall, ‘A Menina Submersa’, mas isso não é suficiente, pois ela não tem certeza se foi no verão de Julho ou no outono de Novembro, ou nos dois.

“(...) Fiz o maior esforço para sorrir. Ainda assim, é disso que lembro, que encontrei Eva Canning duas vezes, uma em julho e de novo em novembro, e que as duas vezes foram a primeira vez que nos encontramos.” pag. 47

Imp faz muitas relações com um simples fato, isso faz com que ela se confunda com algumas informações. Com onde ela encontrou com Eva, pois ela lembra de ter encontrado com ela em Julho e em Novembro, mas o onde também muda, foi na Rodovia I22 perto do Rio Blackstone perto de Millvill ou se na Estrada de Covil do Lobo, a nordeste de Connecticut.
Essas lembranças estão entrelaçadas a outras, a duas pinturas quando se lembra de ter encontrado com Eva perto do Rio Blackstone, ela se lembra do quadro ‘A Menina Submersa’ de Saltonstall, ao qual foi pintado as margem desse rio. Quando encontra com ela na Estrada do Covil do Lobo se lembra do quadro de Albert Perrault, Fecunda Ratis’ um quadro que deixou Imp bastante perturbada, pois ele faz referencia a um clássico dos contos infatis ao qual Imp não gosta muito, Chapeuzinho Vermelho.

“Queria se escritora, escritora de verdade, pois, se eu fosse, imagino que não estaria fazendo uma confusão tão feia com esta historia. Me perdendo, tropeçando nos meus pés.” Pag. 104

O encontro de Imp com Eva mexe muito com sua cabeça, pois sempre que se encontram Eva aprece de forma diferente, às vezes é uma sereia vinda do Rio Blackstone outra é um Lobo vinda da lenda da Estrada do Covil do Lobo, isso faz com que ate mesmo Imp duvide de suas lembranças.
Ao mesmo tempo em que Imp escreve sua historia de fantasmas e sereias e lobos ela se aventura em um relacionamento amoroso com Abalyn, uma garota que conhece por acaso, quando ela esta sendo despejada, Imp a convida pra ir para sua casa e com a convivência elas se aproximam, mas nem tudo é simples, pois Imp tem suas excentricidades.
As coisas vão bem entre Imp e Abalyn, mas quando Eva aprece, as coisas se complicam, e esse encontro com Eva faz com que Imp tenha uma crise de esquizofrenia, acreditando que Eva esta com ela, que ela lhe diz para fazer coisa, Imp joga fora seus remédio e passa muito tempo em seu quarto de pintar escrevendo um sua velha maquina de escreve, esse é um dos momentos em que Imp, não tem certeza de nada. Faz com que nos leitores também duvidemos de muitas coisas. (cap. 7)
Ao mesmo tempo em que Imp nos conta sobre seus encontros com Eva, também nos conta sobre sua vida, mas isso se mostra mais confuso a cada momento ate pra ela. Ela passa a ser atormentada por seus próprios fantasmas, sem saber o que é real ou o que é sua imaginação.

“Minha historia mudam de forma como sereias e lobisomens. Uma licantropia de substantivos, verbos e adjetivos, sujeitos e predicados, e assim por diante.” pag. 277

Imp, ao escrever suas lembranças tenta descobrir se são realmente são reais ou não, se elas aconteceram como acredita que aconteceu, se tudo o que viveu ate o momento com Eva e com Abalyn são como acredita ser.

“O que acontecer a partir daqui talvez seja por minha escolha e só minha.” Pag. 287

O livro nem sempre da pra sabermos o que esta acontecendo, se é uma fantasia ou se é lembranças vivenciadas por Imp. A autora consegui no prender na historia, com seu jeito de escrever incrível, ela nos prende na cabeça da Imp, de uma foram que nos sentimos perdidos nas lembranças dela. Foi legal a autora incluir dois contos escritos pela Imp, admito que são meio confusões mais muito bons.



Os acontecimentos da historia que Imp esta escrevendo não são lineares, pois ela se altera entre os acontecimentos entre Julho e/ou Novembro, isso às vezes é feito de uma forma tão genial, que às vezes ate nos leitores não sabemos onde estamos.

A autora foi genial quando falava dos quadros, ela detalhava tão bem os quadros que nos fazia imagina-los como eles são. Outro ponto legal em relação aos quadros são que eles são reais, mas são de outros autores, mas pra isso é preciso de uma boa pesquisa para encontra-los - ‘The Drawning Girl de Phillip George Saltonstall – na verdade de Michael Zulli’ e ‘Fecunda Ratis de Albert Perrault – na verdade de Matthew Jaffee festménye’, isso foi realmente genial.



O que falar do livro, essa nova Edição é simplesmente fantástica, linda! Me encantei primeiramente pela capa, quando li a sinopse despertou uma curiosidade, e ao ler o livro fiquei encantada pela escrita da autora. As referencias que ela faz as citações de livros e autores, musicas e pintores.

Uma das pouca coisa que me incomodou foi de alguns capítulos serem bem longos e de diversos parágrafos também serem longos o que deixa o livro um pouco cansativo, mas nada que tire o brilho da historia.





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